segunda-feira, 16 de junho de 2014

IMPRESSÕES SOBRE O FUTURO DO JORNAL IMPRESSO

Crispiano Filho

Sempre que uma nova mídia surge imagina-se que outra será extinta e substituída pela recém chegada. A ameaça que o rádio passou com a chegada da TV pode, de alguma ser estendida à todas as mídias – a internet, por exemplo, por ser extremamente versátil engloba todos os outros meios de comunicação, deixando a pergunta se algum deles pode ser aposentado frente a tamanha versatilidade on-line.

Mas, de todas as mídias, o jornalismo impresso apresenta um maior grau de risco visto que já é conhecido o pouco hábito de leitura dos brasileiros. De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia 2014, cerca de 75% dos brasileiros não tem o hábito de ler jornais e 85% afirmaram não ler revistas.


Para entender melhor os rumos que jornalismo impresso pode tomar, o Amor à Notícia ouviu a opinião de jornalistas e pessoas ligadas diretamente com a venda de jornais.

Ludimila Coelho 

A jornalista Ludimila Coelho conversou com o Amor à Notícia ao apresentarmos as estatísticas anteriores sobre a média de leitura dos brasileiros perguntamos qual caminho o jornalismo impresso deve seguir para evitar o aumento dessa porcentagem que caso aconteça pode decretar o fim do impresso?
Ludimila: Considero que o caminho certo é o que já vem acontecendo, grande parte dos jornais impressos para não dizer todos, vem se adequando a essa nova realidade na elaboração do jornal na versão on- line.

Amor à notícia: A internet vem de certo modo engolindo todas as outras mídias, online e possível ouvir rádio ver TV e acessar a versão digital de jornais e revistas. Como fazer do mundo virtual uma ferramenta e não uma ameaça?
Ludimila: Saber utilizar a tecnologia é fator essencial, acredito ser importante saber selecionar informação. Mas acredito ser inevitável que a internet tenha cada vez mais aderentes, simplesmente por um principal motivo, a tecnologia.

Amor à Notícia: Quando uma nova tecnologia surge imaginasse a que outra será extinta, acreditava-se por exemplo que a TV poria fim ao rádio. Oque a mídia impressa de um modo geral possui de diferente que possa garantir sua existência?
Ludimila: A informação de uma forma mais completa é uma característica que só a mídia impressa possui, a apuração mais profunda dos fatos é fator determinante nesse tipo de mídia. 

Amor à Notícia: Você acredita na possibilidade das novas mídias extinguir o impresso, Citando como exemplo maior a internet?
Ludimila: Não, Pois, como aconteceu no caso do rádio, onde afirmaram que seria extinto por causa da chegada da TV, acredito que a internet é da mesma forma. A internet por mais interativa e eficaz que seja não substitui o jornal impresso, pois sempre haverá pessoas adeptas a mídia tradicional. E outro ponto que deve-se levar em consideração, é a questão do acesso à internet, mesmo com a facilidade que tem-se atualmente, boa parte da população não possui acesso internet se quer possuem sinal. O que acaba por tornar o jornal impresso a melhor forma de informação.

Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM) publicado em março aponta que os Brasileiros confiam mais no jornal impresso que na TV, Radio, internet e revistas, 53% dos usuários do jornal impresso afirmam confiar sempre ou muitas vezes nas notícias por eles vinculadas.

 Leonardo Borges representante comercial de um importante jornal Goiano informa que as vendas especificamente do jornal para o qual trabalha permanecem se não com uma boa tiragem pelo menos se mantem.
Os leitores do nosso jornal são muito tradicionais, por isso as vendas se mantem. Já as assinaturas da edição online têm crescido, porem de forma moderada, umas das alegações para não contratar a edição virtual segundo os clientes que não desejam o serviço e o fato de encontrarem muita informação gratuita na internet”

Fomos ouvir então alguém que acompanha de perto a venda de jornais e pode fazer uma previsão do futuro desse seguimento. O seu Luís dono de uma banca de revistas a algumas décadas e comentou sobre os últimos anos de venda da seguinte forma.

Cada vez vende menos, o pessoal só compra jornal por causa dos classificados, ou quando quer montar quites de cozinha”. (Referência a um tablóide Goiano que premia os leitores com kits de produtos normalmente usados na cozinha).

Mesmo com baixas vendas e disputando espaço como mídias mais dinâmicas a extinção do impresso não aparenta ser um caminho a ser seguindo. A relação de confiança da população nestes veículos de informação garante a sua existência. Certas adaptações são inevitáveis constantemente feitas, mas nada que descaracterize esses veículos.

Para todos os efeitos fica o nosso voto de vida longa ao jornal impresso as revistas jornalísticas e todos que completam o seguimento.

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